20 de janeiro de 2011

Zé Keti

José Flores de Jesus, cantor e compositor, nasceu no Rio de Janeiro (no bairro de Inhaúma), em 16/09/1921, sendo registrado apenas em 06/10/1921.

Neto de um flautista e pianista (João Dionísio Santana), filho de um marinheiro sergipano tocador de cavaquinho (Josué Vale da Cruz), desde cedo se interessou pela música.

Seu pai morreu quando ele ainda era pequeno. Foi então que, junto com a mãe, mudou-se para casa do avô, em Bangu.

Seu avô era muito festeiro e gostava de reunir os amigos músicos, entre eles Pixinguinha e Cândido das Neves (Índio). Sua mãe gostava de dançar e quando não tinha baile em casa ia ao clube de danças das operárias da fábrica de Bangu.

Nesse ambiente musical, Zequinha começa a moldar seu talento, sempre espiando tudo muito quieto. Daí o apelido Zé Quietinho, que virou Zéqueti e mais tarde, com os nomes com K em voga, assumido definitivamente Zé Keti.

Entre 1926 e 1928 com a morte do avô, a família muda-se para Dona Clara (bairro carioca) e em seguida para Bento Ribeiro.

Quando estava no início do ginásio, fugiu da escola e foi tentar a vida, sozinho. Trabalhou em uma fábrica de calçados, em uma pedreira, em uma gráfica e também vendeu laranjas nos campos de futebol.

Começou a compor, sem mostrar suas músicas a ninguém. Só começou mostrar quando tinha 18 anos, nas rodas boêmias do Café Nice, local que começou a freqüentar em 1939, por intermédio compositor Luiz Soberano.

Em 1940 ingressa na Polícia Militar, onde serve até 1943, afastando-se do meio musical. Neste período compõe a sua primeira marcha carnavalesca Se o feio doesse.

Em 1946, "Tio Sam no Samba" foi o primeiro samba de sua autoria gravado (pelo grupo Vocalistas Tropicais). Em 1951, obteve seu primeiro grande sucesso com o samba "Amor passageiro", parceria com Jorge Abdala gravado por Linda Batista na RCA. No mesmo ano, seu samba "Amar é bom", parceria com Jorge Abdala foi gravado na Todamérica pelos Garotos da Lua.

Em 1955, sua carreira começou a deslanchar quando seu samba "A voz do morro", gravada por Jorge Goulart e com arranjo de Radamés Gnattali, fez enorme sucesso na trilha do filme "Rio 40 graus", de Nelson Pereira dos Santos. Neste filme, trabalhou também como segundo assistente de câmera e ator. Outro sucesso nos anos cinquenta, foi "Leviana", que também foi incluído no filme "Rio 40 Graus" (1955), de Nelson Pereira dos Santos, diretor com o qual trabalhou também no filme "Rio Zona Norte" (1957).

No ano de 1962 idealizou o conjunto A Voz do Morro, do qual participou e que ainda contava com Elton Medeiros, Paulinho da Viola, Anescarzinho do Salgueiro, Jair do Cavaquinho, José da Cruz, Oscar Bigode e Nelson Sargento. O grupo lançou três discos.

Em 1964, participou do espetáculo "Opinião", ao lado de João do Vale e Nara Leão, que o levou ao concerto que tornou conhecidas algumas de suas composições, como "Opinião" e "Diz que Fui por Aí" (esta em parceria com Hortênsio Rocha). No ano seguinte, lançou "Acender as velas", considerada uma de suas melhores composições. Esta música inclui-se entre as músicas de protesto da fase posterior a 1964; a letra deste samba possui um impacto forte, criado pelo relato dramático do dia-a-dia da favela. Nara Leão, Elis Regina fizeram um enorme sucesso com a gravação desta música.

Também em 1964, gravou pelo selo Rozemblit um compacto simples que tinha a música "Nega Dina". Nessa mesma época, recebeu o troféu Euterpe como o melhor compositor carioca e, juntamente com Nelson cavaquinho, o troféu O Guarany, como melhor compositor brasileiro. Com Hildebrando Matos, compôs em1967 a marcha-rancho "Máscara Negra", outro grande sucesso, gravada por ele mesmo e também por Dalva de Oliveira, foi a música vencedora do carnaval, tirando o 1º lugar no 1º Concurso de Músicas para o Carnaval, criado naquele ano pelo Conselho Superior de MPB do Museu da Imagem e do Som e fazendo grande sucesso nacional.

Com as mortes de sua ex-esposa, com quem mantinha relações cordiais, e do grande amigo Carlos Cachaça, entra em profunda depressão. Morre vítima de falência múltipla de órgãos, no Hospital da Venerável Ordem Terceira da Penitência, no dia 14 de novembro de 1999.

Cerca de 150 pessoas compareceram ao velório do compositor no cemitério de Inhaúma. Durante o velório, o caixão foi coberto com a bandeira azul e branca de sua escola de samba, a Portela. Foi enterrado ao som de A voz do morro.

Principais sucessos:

  • A voz do morro, Zé Keti (1955)

  • Acender as velas, Zé Keti (1964)

  • Diz que fui por aí, Zé Keti e Hortêncio Rocha (1964)

  • Leviana, Zé Kéti e Amado Regis (1954)

  • Madrugada, Zé Kéti (1967)

  • Malvadeza Durão, Zé Keti (1959)

  • Máscara negra, Zé Keti e Pereira Matos (1966)

  • Mascarada, Zé Keti (1964)

  • Nêga Dina, Zé Keti (1965)

  • O meu pecado, Zé Keti (1965)

  • Opinião, Zé Keti (1964)

3 comentários:

  1. Beijux, Zé Keti era da turma do Paulinho mas esses caras nunca ouvi: Anescarzinho do Salgueiro, José da Cruz e Oscar Bigode. A turma deles é bem grande parece a capoeira e seus vários mestres e alunos.

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  2. Pois é Io, nem eu imaginava, na verdade, nem que era da turma do Paulinho..
    Jé, adoro Opinião tb. :)

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