18 de janeiro de 2011

Francisco


Vem meu menino vadio
Vem, sem mentir pra você
Vem, mas vem sem fantasia
Que da noite pro dia
Você não vai crescer

 (Sem fantasia)
Chico Buarque
Francisco Buarque de Hollanda, menino nascido no Rio de Janeiro, teve pai historiador e jornalista e mãe pintora e pianista.
Morou em São Paulo, depois em Roma (ambos os lugares em função do trabalho do pai). Retornando ao Brasil, permaneceu bastante tempo em São Paulo.
Sua primeira relação com a mídia, foi por aqui, em Sampa, por conta de ocupar uma referência nas páginas do jornal, por furto. 
Segundo pesquisadores*, Chico possui uma identificação com a marginalidade, com elementos que transgridem o convencional, quando em sua obra aparece a solidariedade com "o elemento marginal, manifestando todo o sentimento do malandro, do pivete, do operário oprimido, do favelado, da prostituta, da lésbica, da mãe ou da mulher do malandro."
* Maria Helena Sansão Fontes - in  Sem fantasia - Masculino e Feminino em Chico Buarque.

 HOMENAGEM AO MALANDRO
(1977-78, da peça: Ópera do Malandro)

"Eu fui fazer um samba em homenagem
à nata da malandragem, 

que conheço de outros carnavais.
Eu fui à Lapa e perdi a viagem,
que aquela tal malandragem 

não existe mais.
Agora já não é normal, 

o que dá de malandro regular profissional, 
malandro com o aparato de malandro oficial,
malandro candidato a malandro federal,
malandro com retrato na coluna social;
malandro com contrato, com gravata e capital, 

que nunca se dá mal.
Mas o malandro para valer, 

não espalha,
aposentou a navalha, 

tem mulher e filho e tralha e tal.
Dizem as más línguas que ele até trabalha,
Mora lá longe chacoalha, 

no trem da Central"

dá uma olhadinha!
 

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